Loteca 1.140: Ponto de Vista de, De Vincenzo.

Sorte, não existe.  

De Vincenzo.

Conforme eu já disse: sorte não existe.

Mas não é nada fácil assimilar esse conceito.

Vou usar a Mega-Sena para tentar explicar.

Ela já teve 2751 concursos.

Em 458 desses concursos houve apenas 1 ganhador.

Na maioria das vezes o ganhador jogou apenas uma aposta. Poucos desses jogaram muitas apostas.

O que se pensa é: que turma de sorte!

Mas nenhum deles ganharia se apenas eles tivessem jogado no concurso em que ganharam.

Como assim?

Suponha que dos 458 ganhadores, 400 jogaram apenas uma aposta.

Agora suponha que essa única aposta que jogaram também foi a única aposta que houve nestes sorteios.

Por fim, suponha que, mesmo tendo apenas uma aposta nestes 400 sorteios, ela foi sorteada, porque os donos eram uma pessoas de muita sorte.

Impossível! Totalmente impossível! Isso seria, matematicamente, possível para no máximo 1 concurso, como absurda exceção, pois a matemática exige milhões de apostas para que uma seja premiada.

Então esses 458 apostadores não são sortudos nada?

Não, não são sortudos, eles ganharam como qualquer um outro poderia ganhar, sem que houvesse sorte envolvida na história, tudo sendo apenas um estado, um instante da probabilidade.

Por outro lado, há a preparação para que a "sorte" aconteça.

São milhões os que apostam na Mega e são muito milhões a mais os que não apostam na Mega, a única certeza que se pode ter é que os que não apostam jamais ganharão.

E assim é tudo na preparação da "sorte", somos nós que a preparamos, mas não somos nós que a causamos.